Lisboa e Preto e Branco

10 Outubro, 2013

Está uma linda manhã de Outono, perfeita para deambular pelas ruas de Lisboa à procura de emoções. São 9 horas e os participantes de mais um workshop de fotografia de rua fotonature acomodam-se na sala de formação. E desta vez trazemos novidades. Vamos adicionar à fórmula mágica um ingrediente especial: edição a preto e branco.

Fotografia de Ana Cerdeira
Fotografia de Ana Cerdeira

O workshop, como é hábito, está esgotado há muito. É tempo de reencontrar velhos amigos e de dar a boa vinda a novos participantes ou a “repetentes” que ainda não conhecia. Apresentações feitas, expectativas alinhadas e é hora de começar a sessão teórica que nos vais levar até à hora de almoço. Descobre-se o que é e o que não é a fotografia de rua e procura-se criar o ambiente propício para as emoções que se seguem. O objectivo a que nos propomos é simples: capturar emoções nas ruas de Lisboa. As horas correm a bom ritmo e chegados ao video final onde se pode ver um fotografo de rua em acção nas ruas enérgicas de Nova Iorque está tudo pronto para sair para rua de máquina em punho. Mas primeiro, hora de alimentar o físico, pois a tarde vai ser exigente.

Fotografia de João Pedro Rodrigues
Fotografia de João Pedro Rodrigues

Aconchegado o estômago, fazemos uma rápida viagem de metro até à zona do Chiado onde vamos dar os primeiros passos na fotografia de rua. Enquanto alguns aprimoram conceitos básicos de técnica fotográfica, os mais experientes experimentam pela primeira vez a adrenalina de fotografar um estranho. Mais ou menos perto, como maior ou menor facilidade, todos capturam pela primeira vez as emoções de quem passa com o passo mais ou menos apressado. É necessariamente uma primeira experiência que ainda “não conta” para a avaliação final do workshop.

Fotografia de Almor Loução
Fotografia de Almor Loução
Fotografia de Luís Leal
Fotografia de Luís Leal

Avançando em direcção à baixa, apuram-se novas técnicas, como o panning ou o arrasto por movimento. Tudo formas de apimentar um pouco mais este tipo de fotografia.

Fotografia de Nuno Nunes
Fotografia de Nuno Nunes

Subimos para a zona alta da cidade e em direcção à Mouraria damos mais um passo no rumo certo: estar mais perto das pessoas e capturar sem receio o pulsar humano da cidade. A esta altura do workshop, passadas que estão mais de duas horas da sessão prática é hora de parar um pouco e analisar rapidamente os resultados. Enquanto refrescamos o espírito ao sabor de uma bebida fresca, passam-se os olhos rapidamente pelas fotos de todos para dar uma ou outra dica que como abordar o resto da sessão. “Tens de estar mais perto”, digo amiúde a alguns dos participantes.

Fotografia de Carlos Nunes
Fotografia de Carlos Nunes

Tempo de voltar à rua e desta vez rumar a um dos locais mais especiais da capital: Alfama. As pessoas, os becos, a autenticidade deste local são autênticos geradores de oportunidades fotográficas. Basta um “boa tarde” nem simpático para colocar as gentes de Alfama em alegre cavaqueira connosco. Que o diga a Dona Carmelinda que nos contagiou a todos com as suas histórias de vida.

Fotografia de Susana Martins
Fotografia de Susana Martins

Subindo até ao miradouro das portas do sol, com uma vista soberba sobre a cidade, é hora de dividir o grupo e desafiar cada equipa a fotografar sobre um tema especifico. Até ao final do primeiro dia, é hora da história e de mostrar que um conjunto de imagens pode representar um autêntico auto de fé. Despedimos-nos com um “até amanhã” e voltamos a encontrar-nos na sala de formação no dia seguinte para a sessão de edição a preto e branco e análise fotográfica.

Fotografia de Célia Fernandes
Fotografia de Célia Fernandes

Após uma breve introdução teórica ao tema, são apresentados alguns exemplos de como se devem converter imagens a preto e branco. Que técnicas usar, que pormenores a ter em conta, o que fazer e o que evitar. O objectivo é que o preto e branco seja uma escolha e não um remédio. Fotografar a preto e branco deve constituir um “statement” e é isso que pretendo transmitir nesta sessão que ocupa grande parte da manhã de domingo. A restante metade é dedicada à análise das fotografias capturadas no dia anterior. É neste momento que se dão as verdadeiras revelações e se percebe que, afinal, todos conseguiram fazer grandes fotos. Vistas no final como uma apresentação coesa e editada, as fotos transformam-se e não há dúvida que está ali um trabalho cheio de emoções.

Fotografia de Maria Duarte
Fotografia de Maria Duarte

Resta-me agradecer ao empenho de todos os participantes e o espírito com que abordaram o workshop. E também o facto de terem achado a combinação rua + p&b uma fórmula a repetir. Obrigado!

Os workshops de fotografia de rua voltam no próximo dia 19. Ainda existem algumas – poucas – vagas disponíveis. Inscreva-se já!

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