Viagem pelo Porto
11 Outubro, 2011
“A journey is best measured in friends, rather than miles.” – Tim Cahill
Amizade. Se tivesse que sumariar numa palavra o nosso workshop do passado sábado no Porto seria sem dúvida “amizade” a que iria utilizar. Quando, no início da noite, o meu companheiro de viagem e colega de projeto dava pela primeira vez uma “trinca” numa típica francesinha eu olhava em volta e com um sorriso bem aberto recordava os momentos deste dia tão especial. E melhor que tudo, estava entre amigos.
O Pedro e a Francesinha
Tudo começara há quase um ano quando, reunidos em nome da fotonature, decidimos que um dos desafios para 2011 seria fazer um workshop no Porto. Mal sabíamos nós o quão difícil ia ser… Primeira ação a tomar seria inscrever no programa três workshops para o Porto. No primeiro, apostamos forte na divulgação: aparecemos em revistas, enviamos newsletters, fizemos contactos pessoais, inundamos o nosso facebook com símbolos do Porto… A uma semana da data marcada tínhamos três inscrições… O segundo workshop decidimos cancelar por iniciativa própria (era um workshop noturno em Agosto) e arregaçamos mangas para apostar tudo no terceiro. O popular ditado estava do nosso lado e ao número 3 foi mesmo de vez.
9h da manhã e chegávamos ao Porto, mais propriamente à Rua Sá da Bandeira e às instalações da Colorfoto. Tudo preparado e à hora marcada os participantes lá foram chegando. Curiosamente, as meninas – no Norte todos somos meninos e meninas – que viajaram de Lisboa para nos acompanhar neste Viagem pelo Porto foram das primeiras a chegar!
As manas que vieram do Sul
“É um privilégio podermos estar aqui convosco neste dia”, disse o Pedro em jeito de boas vindas. Nada podia ser mais verdadeiro e sentido.
Passadas as apresentações, a sessão teórica passou a correr, entre muitas viagens sem sair do lugar, muitas perguntas, alguns risos e muita aprendizagem. Passadas três horas de intensa partilha e muita conversa nos dois sentidos (participantes/formadores) estávamos prontos para almoçar.
Retemperadas as forças e as barrigas, andantes na mão, estava na hora para a primeira paragem da tarde: Casa da Música. Aqui aproveitamos para colocar na prática os conceitos mais técnicos apresentados na sessão da manhã e para perceber a santíssima trindade da fotografia: abertura, velocidade e sensibilidade. Ah, e claro, para conhecer melhor esse ator revelação chamado histograma. Quando todos estão prontos para o modo manual da câmara chega a hora de testar in loco a teoria e nada como a Casa da Música para tirar umas belas fotos.
Participantes em ação na Casa da Música
O tempo voa e estamos de volta ao “veículo” chamado metro. Destino: Aliados! Entre a Câmara do Porto e o jardim da Cordoaria, vão-se fazendo fotos com o passo mais ou menos apressado. Passam-se por janelas bizarras, feiras mais ou menos alternativas, igrejas forradas a azulejos. Na praça dos Leões paramos para nova lição. A envolvência é incrível e motivos para fotografar não faltam: velhinhos que jogam às cartas, pessoas que desfrutam do jardim, edifícios de traça antiga com uma história a perder de vista e claro, a famosa Torre dos Clérigos.
Pedro Azevedo e a Sueca
Hora de voltar a dar corda aos sapatos e de rumar à Ribeira. Mas como na fotonature as nossas sessões são um misto de fitness com fotografia, decidimos dar uma volta mais alargada e rumamos à estação de São Bento. Lá dentro o cenário é indescritível. Não só o átrio da estação é dos mais belos do mundo, mas a moldura humana e a luz que entra pelas janelas transforma o local numa autêntica meca para fotógrafos. Ninguém para quieto e toda a gente fotografa toda a gente. Um dos pontos altos sem dúvida!
Participantes na estação de São Bento
De volta às ruas da Invicta cidade e subimos em direção à Batalha e à fabulosa praça que alberga uma das igrejas mais bonitas do país. Coberta de azulejos azuis e banhada com a luz de fim da tarde, a igreja de Santo Ildefonso é sem dúvida uma visão muito especial. Mais à frente, um grupo de tunos capta a nossa atenção e os cliques não param de se ouvir. Entre músicas e cantigas, saem retratos mais ou menos afinados.
O assalto à Tuna
Está quase a findar a tarde e continuamos pela Sé e pelas ruas estreitas e antigas do bairro que a envolve sempre em direção ao Douro. A luz é dourada e o seu calor acolhe-nos a todos. Mas é numa das ruas mais escuras, em frente a um galo de Barcelos, que chega o momento de pormos em prática mais uma lição: movimento e fotografia não são de todo incompatíveis.
Uma hora depois do previsto, chegamos à Ribeira. Não há tempo a perder e alinhamos o grupo para a foto final, antes que nos apaguem a luz. A ponte Dom Luís serve de pano de fundo perfeito: o seu arco de treliça abraça suavemente todo o grupo fundindo todos os que partilharam aquele dia numa verdadeira roda de amigos.
A luz dourada do fim do dia abraça um novo amigo
O que se passou a seguir, fica só para os que lá estiveram. 😉
Para o ano voltamos ao Porto e desta vez para dois dias muito especiais. Em breve daremos notícias. Fiquem atentos.
O nosso agradecimento especial à Colorfoto, em especial ao Miguel Mealha e a toda a equipa do Porto, pela inigualável simpatia com que nos receberam e por toda a ajuda que nos deram. Muito obrigado mesmo!
Os workshops fotonature continuam já no próximo dia 29 de Outubro na Casa da Insua. Fica prometido o relato de como correu. Até breve!