Workshops Parque Natural Sintra-Cascais

Desde o início do dia que a ameaça de chuva pairava no ar, ainda que o sol, de forma fugaz, fosse fazendo as suas aparições. Afinal era a incerteza climatérica que habitualmente costuma caracterizar o início do mês de Maio a fazer-se sentir no regresso dos workshops fotonature ao Parque Natural Sintra-Cascais. Ia para um ano o nosso último workshop de 2 dias neste belíssimo parque natural, onde a beleza natural e arquitetónica excede em muito a dimensão desta área protegida.

Após a habitual sessão teórica nas instalações do Clube PT, era tempo de rumar em direção à Lagoa Azul. Aproveitámos a beleza do local para um piquenique de confraternização entre equipa fotonature e os doze participantes deste workshop. Após o almoço, era tempo de dar inicio à sessão prática do workshop. De repente, o céu começa a ficar completamente negro, e, por segundos, recordei os céus dramáticos que costumam caracterizar os filmes da saga Harry Potter dos quais sou grande fã. Em pouco tempo, percebi que não estava num filme de fantasia, mas sim no mundo real, tal a quantidade de água que caiu. Em pouco mais de 5 minutos, pequenos rios de lama corriam em direção à lagoa, enquanto a equipa fotonature e respetivos participantes ficaram completamente expostos à fúria de S. Pedro (e o carro da Lisiane que ficou atolado que o diga… mas nada que a equipa fotonature não resolva).

O inevitável aconteceu e a equipa decidiu cancelar o workshop. Após a compreensão de todos os participantes – não foi difícil, tendo em conta o ensopado estado em que todos se encontravam – ficou agendado a repetição do workshop para dia 18 de Junho.

E esse novo sábado começou bem cedo para participantes e formadores, pois ainda antes do galo cantar já todos estavam a pé e com as câmaras prontas a disparar na magnífica praia da Adraga, perto de Almoçageme. “A fotografia de paisagem não é nada fácil” confidenciava um dos que se tinha levantado pouco depois das 4 da madrugada… Foi um nascer de dia muito tranquilo, com algumas nuvens a fazerem a sua aparição e a receberem os primeiros raios de sol. A luz esteve excelente e as fotos registadas evidenciam bem a importância desse elemento nesta forma de arte.

Foto realizada durante o workshop por Nuno Ribeiro

Finda a luz que caracteriza a alvorada, era tempo de recarregar baterias entre cafés, galões, croissants, bolos de arroz e bolas de Berlim, tudo iguarias muito saudáveis que cumpriram a tarefa de repor energias. Estávamos então prontos a enfrentar o resto da manhã.

Entre curvas e contra curvas e sempre vigiados pelas árvores e pelos boulders de enormes proporções que caracterizam esta zona do parque natural, eis-nos a entrar no maravilhoso mundo da Serra de Sintra. Esta é a magia do Parque Natural Sintra-Cascais: em poucos minutos percorrem-se praias selvagens, florestas densas, ambientes dunares, vilas com um património arquitetónico invulgar. Na Ulgueira, uma pequena localidade na zona do Cabo da Roca, esperava-nos um merecido repasto, marcado pela boa disposição entre a maioria dos participantes. E digo maioria, porque alguns, fruto das já muitas horas de atividade, iam dormitando enquanto esperávamos pelo almoço. Todos se deram por satisfeitos pelos pratos servidos.

Participantes no verde luxuriante da Serra de Sintra

Foi com vento forte que nos dirigimos para a zona do Cabo Raso. Sendo esta uma zona aberta e ampla, as condições não eram as mais indicadas. Uma luz muito dura – o que fazia procurar diferentes soluções de composição – e o vento forte que se fazia sentir e que trazia do mar um spray incomodativo, obrigava todos os participantes a estarem numa luta constante com as suas objetivas para que estas estivessem sempre imaculadas. Vida de recruta a preparar com dureza a fabulosa experiência que estava para vir e em que não podíamos falhar.

Nuno procura diferentes soluções de composição sob a luz dura da tarde

O relógio marcava sensivelmente as 17h30 quando voltámos ao Cabo da Roca, tendo desta vez como destino a enigmática Praia da Ursa. Por dois motivos distintos, esta era um regresso muito especial para a equipa fotonature. Era a primeira vez em dois anos que voltávamos a levar os nossos formandos a esta praia, e ainda, a nossa primeira vez após o desmoronamento que recentemente se verificou na famosa rocha que dá o nome à praia, e que é na nossa opinião, a praia selvagem mais bonita de Portugal continental.

Participantes abraçados pela luz dourada do fim de tarde na Ursa

O regresso aos carros foi o mais complicado, mas em ritmo descontraído e de passeio, seguimos de encontro ao final do workshop. Bom, final do workshop que tinha começado há umas semanas atrás, mas apenas o término do primeiro dia para o workshop extra desse fim de semana. No domingo seguinte, equipa de formação volta a ouvir o despertador tocar às 4h30 da manhã e nova sessão na Adraga e Serra de Sintra espera pelos nossos participantes.

Foi um fim de semana em grande!

A equipa da fotonature volta ao terreno já no próximo dia 2 de Julho, desta vez para uma Viagem a Lisboa. Atreva-se a vir connosco.