Viagem a Lisboa

10 Maio, 2011

Marcel Proust (1871 – 1922), um dos romancistas mais importantes do início do séc. XX, escreveu um dia: “A verdadeira viagem de descoberta consiste não em procurar novos lugares mas em adquirir um novo olhar”. Esta frase podia resumir o desígnio deste primeiro workshop de fotografia de viagem da fotonature.

Durante a sessão teórica da manhã, os participantes ouviram atentamente as dicas de como preparar uma viagem em termos fotográficos. Por entre questões, histórias partilhadas e muito conteúdo fotográfico, juntos fomos fazendo uma viagem que nos levou a sítios tão diferentes com a Índia e a China, o Canadá e a Alemanha, os Açores e a Republica Dominicana. Ficamos todos a perceber o que devemos fazer antes, durante e depois da viagem e de como conseguir as melhores fotos nesse mágico caminho que sempre queremos repetir.

Passada a sessão teórica, onde também se apresentou a “santíssima trindade” da fotografia – abertura, velocidade e ISO -, entre outros conceitos técnicos importantes, chegou a hora do almoçar e de tirar as máquinas das mochilas. Bastaram poucos segundos na plataforma do metro que nos levaria ao primeiro destino para começar a ouvir os clicks…

Foto de José Lima

Foto realizada durante o workshop por José Lima

Após a primeira lição para nos familiarizarmos com todos aqueles botões da câmara fotográfica, chegou a altura do primeiro desafio: fotografar pessoas. Enquanto um jogo de futebol animava um grupo de pequenos Ronaldos, uns iam fotografando os moradores da Bica, outros quem passava, outros embrenhavam-se em meter conversa com quem mostrava curiosidade com o que andaríamos por ali a fazer. Ao fim de umas dezenas de minutos não havia quem não tivesse registado no seu cartão de memória – e na sua própria memória – grandes fotografias de pessoas, a provar que quebrar o gelo na hora de as fotografar não é assim tão difícil como no início pode parecer.

Foto de Inês Ribeiro Foto de Inês Ribeiro

Fotos realizada durante o workshop por Inês Ribeiro

Chamam-se os mais atrasados para a próxima etapa e chega a hora de mostrar que movimento e fotografia não são de todos incompatíveis. Pelo contrário! Capturar o movimento de quem passa revelou-se umas das experiências mais engraçadas e participativas do workshop e entre os “não consigo” ou “já cá canta”, conseguem-se uma vez mais grandes imagens para mais tarde recordar.

Foto de Pedro Moreno

Foto realizada durante o workshop por Pedro Moreno

A viagem continua, os planos são ajustados, e é hora de rumar a uma das zonas mais bonitas da cidade. É hora de fotografar um dos edifícios mais antigos da cidade e colocam-se em prática os conceitos abordados na teórica. Objectivo: mostrar que os monumentos são mesmo tridimensionais e que luz e sombra são fundamentais para o mostrar!

Foto de Isabel Cruz Foto de Carlos Dinis

Fotos realizada durante o workshop por Isabel Cruz e Carlos Dinis

O workshop aproxima-se do fim. Após a foto de grupo a luz está a ficar cada vez mais mágica e é hora de fotografar a grande vista. Sobe-se a um lugar privilegiado e exploram-se diversas perspectivas, desde vistas desafogadas a capturas aprisionadas pelas molduras que a própria cidade nos oferece.

Foto de Inês Ribeiro

Foto realizada durante o workshop por Inês Ribeiro

As 8 da tarde já lá vão e é hora de terminar e fazer um balanço. Da nossa parte, e uma vez mais, ficamos com a sensação que participantes como estes não devem existir em mais nenhum workshop no mundo. A todos eles, sem excepção, o nosso obrigado e só esperamos voltar a encontrá-los numa outra paragem qualquer desta nossa viagem. Para nós, a viagem continua já nos próximos dias 28 e 29 de Maio, no Parque Natural Sintra-Cascais. Esperamos que para todos vós continue já amanhã num local qualquer.

O mundo é um livro e aqueles que não viajam só lêem uma das páginas”, Santo Agostinho

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