Luís Leal

Passeio Fotográfico Outono no Gerês

11 Novembro, 2016

Sopra uma leve brisa, forte o suficiente, para que algumas folhas se soltem de forma suave da copa das árvores e vão de encontro ao seu destino na Mata da Albergaria, no Gerês. Esta mata é um dos nossos tesouros naturais.

Fotografias realizadas pelos nossos participantes


Rodeado de um grupo de 16 fotógrafos, observo meticulosamente o sentimento com que cada um vai registando toda esta envolvência, aqui e acolá, pincelada com as cores tão características desta época do ano, o Outono. Se escutarmos com atenção, é possível ouvir o suave murmúrio desta mata. E se por breves segundos os ponteiros do relógio parassem? E se o agora ficasse congelado e ainda assim nos pudéssemos movimentar, tal qual um filme de fantasia? O que cada um de nós iria decidir fazer? Fotografar ou contemplar?

Atrás de cada árvore, de cada arbusto, esta mata tem uma panóplia de ofertas fotográficas, por vezes difícil de representar através de uma fotografia. A leveza do Gerês não se explica, sente-se, até no ar que se respira. A natureza por aqui faz-nos sentir tão pequenos, tão insignificantes por todo o seu poder, por todo o seu esplendor. Um poder imposto de forma natural. Que harmonia esta, onde tudo se encaixa na perfeição, como se de um puzzle se tratasse. Esta perceção foi gritante em Brufe. Enquanto o sol caía no horizonte, camada a camada, as várias montanhas caiam diante do nosso olhar, uma após a outra, de forma orquestrada. Os postais, também fazem parte desta enorme sala de cinema natural que é o Gerês.

Um dos cartões-de-visita desta região do Minho é a cascata do Arado. Quantas horas cada um de nós perderia para olhar cada rocha, cada desnível de água, para por fim e subindo o rio, ficar deliciado com aquela imponente queda de água, limpa e cristalina que salta por entre blocos de pedra maciço.

O palácio de Versalhes sempre me impressionou. Sobretudo o salão dos espelhos. Que beleza! Que requinte! Na Caniçada, região que não é tão famosa como o palácio atrás referido, também existem espelhos. Daqueles naturais, construídos pela mão da mãe natureza. O casario, abraçado pela cordilheira montanhosa, fica refletido naquele imenso espelho gigante que é o Rio Cávado em dias que o vento não sopra.

Na serra da Cabreira, fomos recebidos de forma principesca. Um tapete vermelho esperava-nos na entrada da floresta, composta maioritariamente por faias e carvalhos. As suas folhas, que agora repousam no solo, entretanto caídas, fizeram as nossas delícias fotográficas, assim como alguns cogumelos que eram possíveis de encontrar por estas paragens.

E por falar em delicias, que bem que se come nesta região. Se a quantidade nos esmaga o apetite, a qualidade é digna de um manjar dos deuses. O restaurante Capela, na vila do Gerês, recebeu a nossa visita por 4 ocasiões, em 4 dias de passeio.

Finalizado o passeio, todos nos sentimos revigorados e extasiados por 4 dias de puro prazer, onde contemplar e fotografar, foram as únicas preocupações. Para o ano, fica a promessa, iremos voltar!

Texto e seleção de imagens: Nuno Luís