Pelas Ruas de Lisboa

14 Fevereiro, 2012

9009 metros de rua percorridos a pé, um encontro imediato com uma gloriosa estrela de cinema, centenas de manifestantes contra o poder político, três promissoras atrizes/modelos na flor da infância, alguns “não pode fotografar” e uma manhã muito gelada. Tudo isto e muito mais se pode encontrar num workshop de fotografia de rua fotonature. Não é de estranhar portanto que estas sessões esgotem num ápice!

São 9h de sábado e os participantes vão chegando para mais um workshop fotonature. O tema é a fotografia de rua e o Luís Afonso dá as boas vindas a todos o que com ele vão partilhar um grande fim de semana.

Lisboa, 11/12 de Fevereiro 2012

Passada a primeira hora de sessão teórica onde os conceitos fundamentais da fotografia vão iluminando as almas de quem ouve, a aprendizagem está já a níveis altos e as perguntas mais ou menos tímidas sucedem-se. É tempo para dominar a técnica e perceber finalmente o que é isso da fotografia de rua.

Entre alguns sorrisos e muitas interpretações, apresentam-se mestres como Winogrand ou Erwitt. Estudam-se composições, compreende-se o porquê do click do fotografo e após mais um par de horas está tudo pronto para ir para a rua fotografar.

Após o almoço convívio, apanha-se o metro e em plena Praça de Camões coloca-se em prática o que se aprendeu na sessão teórica da manhã. Abertura, velocidade, sensibilidade: com mais ou menos dificuldade, todos percebem e brincam com a santíssima trindade da fotografia.

Ana Magalhães: Abertura? Velocidade? Sensibilidade?

Ana Magalhães: Abertura? Velocidade? Sensibilidade?

Descemos a Bica e os primeiros encontros acontecem. Afinal, apontar a câmara a poucos centímetros da cara de uma pessoa não é assim tão difícil, desde que o façamos com paixão, respeito e muita naturalidade. Mais à frente, no Chiado, a cena repete-se e gente é o que não falta.

Os primeiros ensinamentos mais sérios do Luís ouvem-se de forma mais vincada e é mesmo preciso chegar mais perto. Afinal, estamos ali para interagir, tentando passar despercebido ou sem medos de mostrar que estamos ali. O importante é que as nossas fotos mostrem proximidade e para isso é preciso estar à beira das pessoas. Como dizia Capa, se as tuas fotos não são boas é porque estavas longe demais!

Filipa Azevedo: Fotografia de Rua e a paixão pelas pessoas

Filipa Azevedo: Fotografia de Rua e a paixão pelas pessoas

São cinco horas e é tempo de mergulhar na manifestação que ruma em direção ao Terreiro do Paço. “Quero-vos lá no meio!”, ordena de forma cúmplice o Luís. E é para o meio que alguns vão, procurando os melhores ângulos, as melhores expressões, as melhores fotos. Afinal, fotografia de rua é isso mesmo, o elogio do banal, do mundano, do dia-a-dia. E também uma paixão intensa pelas pessoas e pelas suas ações.

O dia está a acabar e ainda há muito que fazer. Em passo apressado passa-se pelo Rossio, onde se descobre que movimento e fotografia são perfeitamente compatíveis, e após os Restauradores sobe-se pelo Lavra até ao Campo Mártires da Pátria. Um autêntico 2 em 1: workshop de fotografia e aula de resistência aeróbica!

O grupo sempre a subir

Filipa, José e Paulo: O grupo sempre a subir

Chegados de novo ao ponto de partida, é hora de sentar e descansar enquanto o Luís pede os cartões aos participantes. “Não tenho nada de jeito…” dizem uns; “Duvido que se aproveite alguma coisa” confessam outros.

No final, quando se vislumbram as fotos selecionadas e se compreende o que funcionou e o que podia ser melhorado, uma coisa é certa: ninguém estava à espera de um resultado como este.

Ninguém, não é bem assim: o Luís estava! Há grandes fotos e todos têm algo para contar. O resultado do primeiro dia excede largamente as expectativas. A ver o que amanhã nos espera.

Batem as 10 horas de uma gelada manhã de Inverno e na Praça do Rossio está tudo pronto para mais uma sessão prática. O objetivo desta vez é contar uma história com 5 imagens subordinadas ao tema escolhido na véspera.

José e Paulo às portas da Sé

José e Paulo às portas da Sé

Subimos em direção à Sé para depois nos embrenharmos em Alfama. Rua após rua, beco atrás de beco, sucedem-se as descobertas. É em Alfama que a verdadeira Lisboa dos Lisboetas se desvenda e a prova disso mesmo são as pessoas que encontramos, conhecemos e fotografamos. Desde as pequenas estrelas, em especial a elétrica Inês, que nos encantaram a todos com a sua criatividade, até à grande rainha do cinema de César Monteiro que a todos nos espantou com a sua vida de mulher de Alfama e do Mundo: são pessoas que dão sentido à fotografia de rua. E são estas mesmas pessoas que fazem com que a fotografia valha a pena ser perseguida.

No fim do dia, todos voltamos a casa mais ricos, mais humanos, mais fotógrafos.

As histórias da Dona Ester Caldeira

As histórias da Dona Ester Caldeira

Pausa para almoço e após uma breve incursão pela feira de antiguidades da Avenida da Liberdade ainda há tempo para mais uma sessão em sala. Desta vez para perceber como editar uma imagem e transformar um click numa fotografia. Utilizando o Adobe Lightroom percebe-se como dar corpo aquilo que vimos e quisemos registar e também como editar uma fotografia a preto e branco, técnica muito usada neste género de fotografia.

No fim do workshop, da parte da fotonature, nasceu uma vez mais o sentido de uma profunda partilha e o perceber que os nossos participantes são realmente os melhores do mundo. Uma vez mais, um grupo coeso, simpático, dinâmico e apaixonado, percorreu as ruas de Lisboa connosco e mostrou que fazer fotos de pessoas está sim ao alcance de todos. Os resultados falam por si!

Um agradecimento especial ao gabinete de comunicação da Panasonic, em especial ao João Nunes, que nos disponibilizou uma fantástica Lumix GX1 para testarmos durante o workshop. A pequena Lumix, dona de uma qualidade de imagem irrepreensível, fez frente às dSLRs presentes e mostrou ser a ferramenta ideal para este tipo de fotografia.

A equipa fotonature volta à rua no próximo dia 25 de Abril. Está preparado para sair connosco?

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