Fototrip à Costa Vicentina

26 Abril, 2017

Asas servem p’ra voar
Para sonhar ou p’ra planar
Visitar, espreitar, espiar (…)
” Asas, GNR

É no topo de uma abrupta falésia, que se precipita de forma vertiginosa sobre o mar, na zona de Sagres, que contemplo a imensidão de oceano que tenho diante dos meus olhos. As gaivotas, de forma sobranceira, planam sobre mim e o grupo de fotógrafos que me acompanha, como se fossemos intrusos do seu espaço. O vento que se faz sentir, aumenta a inveja que tenho destas aves. Elas voam e planam sobre a paisagem de forma elegante, confiante e destemida. Para elas, naquelas falésias, não há recanto que não conheçam. Não há mistérios ocultos. Podem visitar qualquer pedra, qualquer caverna marinha sem preocupações de segurança. Nesse momento, desejo que uma daquelas gaivotas – tal filme de Harry Potter -, fique gigante e nos transporte nas suas asas para mostrar todos esses segredos. Desejaria igualmente, que fizesse voos rasantes junto ao mar, e que todos pudéssemos sentir o vento a bater no rosto e o cheiro da verdadeira liberdade que estas aves desfrutam. Sou assaltado por este tipo de pensamentos, a cada visita a este Parque Natural, tal a cumplicidade com esta região de Portugal. A cada praia visitada, lá estão elas, outra das minhas fantasias, as famosas Pão de Forma a quem alguém apelidou de Carrinha do Papo-Seco. Por este Parque Natural, existe uma certa forma descontraída de levar a vida, pela maioria das pessoas que o procuram todo o ano, que muito me agrada.

Terminadas as fantasias, este último parágrafo tem como intuito agradecer a quem me acompanhou neste passeio pela Costa Vicentina. O empenho foi o de sempre, aliado a um forte sentido de humor e boa disposição. Com um grupo assim, tudo fica mais fácil, seja a aceder a praias pendurados em cordas ou em caminhadas com desnível acentuado.

Começo pelos suspeitos do costume: Luís Artur e João Godinho, a quem carinhosamente apelido de cromos. Se o João levou uma vassoura para varrer as praias na ânsia de fotografar as suas coisinhas, já o Luís multiplicava-se em esforços para fotografar em simultâneo com a sua Nikon e conduzir o seu drone supersónico. Ter quatro braços teria dado jeito. Ao José Leitão, pela vasta experiência que possuí nesta área e pela troca de ideias sobre fotografia analógica. A tranquilidade do Alentejo, veio de mão dada com a Maria, juntamente com uma nova técnica desenvolvida pela própria: dormir de olhos abertos. Enquanto isso, os detalhes da Costa Vicentina ficaram a cargo da Carla Lopes. Já do norte veio a Sónia, que agora reside na capital, junto aos mouros, e outro “habitué” das nossas experiências fotográficas, o literalmente grande Francisco. As estreias absolutas na Primeira Luz foram da simpática Sofia, que foi sempre a primeira a acordar para assistir e fotografar o nascer do sol, do calmo António e do caçador de momentos Joaquim Gomes. Além da boa disposição que contagiava todo o grupo, foi com agrado que vi o Paulo Pereira realizar o seu sonho de espatifar o seu drone nos areais da praia do Castelejo. Uma palavra final para a Teresa, uma vez que sem ela, não teria conseguido colocar na linha alguns dos meninos e meninas mais ariscos deste extraordinário grupo.

A todos, o meu muito obrigado pelos 3 dias de muita fotografia, mas acima de tudo, amizade e camaradagem!

Texto e seleção de imagens por Nuno Luís